O filme “Olga” foi baseado em fatos reais e mostra alguns detalhes da vida de Olga Benário Prestes, tendo como pano de fundo o contexto histórico mundial dos crimes cometidos contra a humanidade pelo nazi-fascismo, além da conjuntura de tensão entre os projetos societários antagônicos defendidos pelo comunismo e pelo capitalismo.
Olga era uma jovem alemã, judia e militante do movimento comunista. Desde adolescente se engajara nas causas e pautas políticas defendidas pelo partido comunista. Era filha de pais pertencentes a classe média, um advogado e uma dama de costumes tradicionais contrária as ideias revolucionárias da filha.
Acostumada a liderar missões importantes do partido, como a libertação do seu companheiro Otto Braun da condenação em seu julgamento, é incumbida da missão de proteger Júlio Prestes em sua viagem ao Brasil e de ajuda-lo a consolidar a revolução comunista no Brasil que então era governado por Getúlio Vargas. Este fato histórico ficou conhecido como Intentona Comunista, ocorrido em 1935.
Prestes acreditava que teria o apoio de tenentes, militares e simpatizantes dos ideais comunistas durante o início da revolução, os quais insurgiriam contra as forças do governo. Ele já havia liderado outra empreitada política de caráter antifascista, anti-imperialista e anticapitalista conhecida como Coluna Prestes, durante a qual centenas de militantes andavam pelos sertões do Brasil denunciando as injustiças e desigualdades cometidas pelo governo e pelo modo de produção capitalista.
Olga ficou encantada com a história de vida de Prestes e com a sua determinação e coragem, apaixonando-se por ele durante sua viagem ao Brasil. Ambos se entregam um ao outro num relacionamento amoroso, do qual Olga engravida.
A revolução é derrotada pelas forças repressoras do governo e Olga e Prestes acabam sendo presos em celas separadas. Para se vingar de Prestes, Vargas deporta a sua amada Olga para a Alemanha nazista, onde ela é presa e dá a luz a sua filha na prisão, mesmo depois de relutar no Brasil denunciando à imprensa a sua gravidez e reivindicando os seus direitos de grávida.
Quando não podia mais amamentar sua filha, chamada Anita Leocádia em homenagem a mãe de Prestes, esta é levada pelos nazistas e entregue à avó paterna sem o conhecimento de Olga.
Anita cresce sob os cuidados da avó sem nunca ter conhecido a mãe. Com a Lei de Anistia Prestes é solto, porém Olga é brutal e desumanamente morta com mais 200 pessoas numa câmara de gás no campo alemão de concentração Bernburg, no dia anterior havia escrito uma carta emocionante ao marido e à filha, a qual é lida tempos depois.
Anita formou-se em História e Química sendo atualmente uma professora universitária e historiadora germano-brasileira. Também é doutora em Filosofia e Economia.